O pé torto é uma condição que, segundo estimativas, acontece em 100.000 bebês todos os anos – e 80% dos casos ocorrem em países em desenvolvimento. Infelizmente, a maioria desses casos não é tratada (ou, …
Pé torto congênito
O pé torto é uma condição que, segundo estimativas, acontece em 100.000 bebês todos os anos – e 80% dos casos ocorrem em países em desenvolvimento.
Infelizmente, a maioria desses casos não é tratada (ou, pelo menos, não o é de forma adequada), assim, é comum que as sequelas dessa negligência causem uma série de consequências negativas para a criança, que é submetida a técnicas ineficazes e muitas vezes dolorosas, sofrendo física, emocional e socialmente por toda a sua vida, além da possibilidade de após a adolescência sua condição se tornar incapacitante.
Ignacio Ponseti, o criador do método
Nascido em 1914, na Espanha, Ponseti era filho de um relojoeiro e passou grande parte da sua infância ajudando seu pai a consertar relógios, o que pode ter contribuído para sua escolha e destreza como ortopedista.
Trabalhou por três anos como médico na Guerra Civil Espanhol e pouco tempo depois foi para os EUA, onde continuou a praticar Medicina e onde também, nos anos 50, desenvolveu seu método inovador e não-cirúrgico para a correção do pé torto, que se tornou o Padrão-Ouro de tratamento por ser econômico e fácil para os bebês.
A técnica Ponseti para tratamento do pé torto
A técnica foi desenvolvida a partir da observação de um problema: ainda que feita por um bom cirurgião, os pacientes operados para tratar o pé torto sofriam de rigidez, fraqueza e dor após o procedimento.
Não era o caso, portanto, de má prática médica, mas da falta de uma técnica de fato eficiente.
Buscando solucionar os inúmeros casos que observava, o Dr. Ponseti desenvolveu um método utilizando gessos seriados, de aplicação semanal, que vão, pouco a pouco, corrigindo as deformidades ao rodar o pé em torno da cabeça do tálus.
Resultados da técnica
Quando iniciado logo após o nascimento – entre os primeiros 7 a 10 dias – a maior parte das deformidades pode ser totalmente corrigida em aproximadamente 4 gessos. Até os nove meses tem-se normalmente bons resultados e a criança poderá levar, futuramente, uma vida normal.
Há chances consideráveis de sucesso, entretanto, até os 28 meses de idade.
Nesses casos, o tratamento pode ser curto (aproximadamente 6 a 8 semanas) com as manipulações seriadas de gesso semanais. No entanto, se nesse período a condição não for corrigida, é provável que o tratamento não tenha eficácia tão boa e a busca por uma alternativa deve ser iniciada.
A técnica em casos negligenciados
Em pacientes acima dos dois anos de idade que não foram tratados com a técnica de Ponseti durante os primeiros meses de vida, a possibilidade de boa recuperação ainda existe, mas deve ser associada, na maioria dos casos, por técnica cirúrgica de transferência de tendão.
As chances de uma melhor qualidade de vida são consideráveis mesmo em pacientes que já tenham passado por algum tipo de tratamento anterior.
Como funciona a técnica de Ponseti?
Uma vez que a condição seja diagnosticada pelo Ortopedista Pediátrico habilitado, se dará início o uso de gessos seriados. Acompanhe alguns passos do tratamento:
Primeiros gessos
Iniciado assim que possível, deve ser feito deixando a criança em posição confortável – inclusive permitindo que mame durante a confecção e manipulação do gesso.
Sempre o gesso deve ser feito por um Ortopedista Pediátrico com experiência para esse tipo de tratamento especificamente.
Redução do cavo
O médico, então, dará prosseguimento corrigindo a deformidade do cavo do pé, buscando o alinhamento adequado anterior e posterior do pé. Como o cavo é sempre flexível em recém-nascidos, o médico consegue facilmente supinar o antepé para que o paciente alcance a aparência normal somente em um gesso.
Manipulação
Uma vez tratado o cavo do pé, o segundo passo é corrigir a deformidade de alinhamento do pé, que está “para dentro”.
O médico aplica a técnica localizando a cabeça do tálus, estabilizando-a e fazendo movimentos de abdução sem causar desconforto para o bebê, de modo que, ao terminar a aplicação do quarto ou quinto gesso, as deformidades já tenham sido progressiva e totalmente corrigidas.
Há, no entanto, alguma chance de que a articulação ainda sofra de rigidez, o que fará necessário o uso de mais gessos.
Confecção e retirada do gesso
O gesso é o principal agente do tratamento.
Por isso, tanto a sua confecção quanto a sua retirada por um profissional experiente em tratamento de pé torto são essenciais para alcançar bons resultados. É essencial que o médico tenha familiaridade com a técnica de Ponseti quando da aplicação do gesso, assim como é importante que a família cuide bem do gesso em casa, uma vez que parte considerável da correção pode ser perdida por maus cuidados.
Um ponto importante: tenotomia
É a última etapa do tratamento e depende, portanto, do sucesso das anteriores.
É essencial que o médico responsável saiba identificar o momento em que foi atingida a correção máxima com o tratamento de gessos seriados para realizar a tenotomia percutânea do tendão de Aquiles seguida do último gesso, finalizando, assim, o tratamento e devolvendo ao paciente a movimentação completa e indolor, garantindo qualidade de vida.
Dúvidas e início do tratamento
Se você precisa de auxílio, não deixe de procurar o diagnóstico correto e rápido para que o tratamento seja iniciado o quanto antes.
Nossa clínica possui Ortopedistas Pediátricos especialistas em Pé Torto Congênito, experientes no Tratamento de Ponseti e alinhados às técnicas mais atuais para ajudar você a obter o melhor tratamento possível para o pé torto.
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